terça-feira, 30 de junho de 2015

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Hoje eles aprovam e AMANHÃ estaremos seguros ? ? ?

Como será o dia seguinte à redução da maioridade penal ?
por Leonardo Sakamoto
O que vai acontecer tão logo o Congresso Nacional aprove (nesta tarde, dia trinta) a redução da maioridade penal para 16 anos?
Vamos nos enrolar em nosso cobertor de ignorância e hipocrisia e sair quentinho pelas ruas achando que estamos seguros.
Problemas estruturais precisam de soluções estruturais e não medidas pontuais. Não é simplesmente punindo o jovem em desacordo com a lei, mas também criando condições para que ele não caia nas graças da criminalidade.
Caso contrário, o problema se reorganiza após a mudança da lei. Por exemplo, trazendo jovens de 15 anos para fazerem parte de roubos e serem culpados pelos crimes. E, assim, sobrevive.
Quem ganha com isso? Políticos, comunicadores e falsos profetas que oferecem gratuitamente o discurso do medo, viciando a sociedade, que depois ficará ansiosa para comprar as soluções simplistas que prometem paz e tranquilidade.
Soluções vendidas, aliás, por esses mesmos atores sociais, ao custo de “votem em mim”, “assistam ao meu programa”, “venham à minha igreja”.
Desse ponto de vista, qual a diferença entre alguns dos membros dessa Santíssima Trindade do Medo e aqueles que usam jovens para cometer crimes, uma vez que ambos os grupos lucram horrores com a exploração da violência?
Há jovens que não têm nada a perder porque nada tiveram. E os que podem perder muito, mas, sinceramente, não se importam, porque nós não nos importamos como eles quando deveríamos.
E há, é claro, os casos patológicos, cuja prevenção é difícil ou mesmo impossível. Ou alguém acha que um maluco que abre fogo contra uma igreja em nome da supremacia branca, como aconteceu nos Estados Unidos, ou alguém massacra crianças de uma escola, como ocorreu em Realengo, no Rio de Janeiro, pensa na punição que vai sofrer?
Tenho medo de indivíduos que assaltam, roubam e matam, mas também tenho medo de uma sociedade maníaca que não fala, apenas rosna diante do desconhecido. Pois essa sociedade cisma em não se diferenciar de seus ancestrais que tacavam pedras no escuro porque temiam a noite.
Em momentos de emoção extrema, buscamos soluções simples para diminuir a perplexidade, saídas para preencher a falta de sentido e tapar o buraco deixado pela perda individual ou coletiva.
O problema é que elas não são úteis para resolver problemas estruturais, nem mesmo para contribuir com os processos simbólicos de luto e cura. Ajudam, contudo, naquela sede de vingança que carregamos desde sempre.
Por que não elevar a pena para quem se associa a jovens com menos de 18 anos para cometer crimes? Porque precisamos de sangue desses jovens.
São nos momentos de emoção extrema que nossa racionalidade é colocada à prova. Ou seja, que somos chamados a provar que deixamos de ser uma horda tresloucada que segue um único instinto, o medo.
A sensação de insegurança pode levar à raiva, à vingança e à mais violência.
Ou a uma reflexão que gere mudanças estruturais possíveis, mas difíceis, como garantir uma vida melhor para a juventude no Brasil, evitando assim o problema antes dele acontecer.
O que escolheremos? O que veremos no espelho no dia seguinte?
ATENÇÃO: as palavras na cor vermelha constam originariamente no texto, mas os destaques são deste BLOGUEIRO.

Delator: Dilma enfim enfrenta o Golpe Paraguaio ! ! !

Delator: Dilma enfim enfrenta o Golpe Paraguaio

A Lava Jato deveria se chamar “Operaçao FHC voltará !”​

Do Globo:


http://oglobo.globo.com/brasil/dilma-diz-que-nao-respeita-delator-cita-doacao-da-utc-aecio-16593859


“Eu não respeito delator”, disse a presidente Dilma Rousseff na tarde desta segunda-feira, em sua primeira reação pública ao depoimento do dono da construtora UTC, Ricardo Pessoa. Em breve conversa com a imprensa após encerrar, em Nova York, um seminário sobre oportunidades de investimento em infraestrutura no Brasil (…):

– Não aceito e jamais aceitarei que insinuem sobre mim ou a minha campanha qualquer irregularidade. Primeiro porque não houve. Segundo porque, se insinuam, alguns têm interesses políticos – declarou.

Dilma citou o tucano Aécio Neves, argumentando que se ela recebeu R$ 7,5 milhões da UTC no segundo turno da campanha presidencial de 2014, o candidato do PSDB também foi agraciado “com uma diferença muito pequena de valores”.

- A minha campanha recebeu dinheiro legal, registrado, de R$ 7 milhões, R$ 7,5 milhões. Na mesma época que eu recebi os recursos, pelo menos uma das vezes, o candidato que concorreu comigo recebeu também, com uma diferença muito pequena de valores – dissse Dilma para depois acrescentar ao ser perguntada se estava falando de Aécio Neves: – Eu estou falando do Aécio Neves, só tinha um candidato que concorreu comigo, não tinham dois.


A presidente lembrou que aprendeu cedo a não gostar de Joaquim Silvério dos Reis, o traidor da Inconfidência Mineira:

– Tem uma coisa que me acompanhou ao longo da vida. Em Minas, na escola, quando você aprende sobre a Inconfidência Mineira, tem um personagem que a gente não gosta porque as professoras nos ensinam a não gostar dele. Ele se chama Joaquim Silvério dos Reis, o delator. Eu não respeito delator.

Joaquim Silvério dos Reis foi responsável por delatar à Coroa portuguesa a Inconfidência Mineira, movimento pela proclamação da República em Vila Rica, hoje Ouro Preto (MG). 


(…)

E recorreu, mais uma vez, à sua experiência durante a ditadura 
(que a Globo apoiou com entusiasmo – PHA):

– Até porque eu estive presa na ditadura e sei o que é. Tentaram me transformar em uma delatora; a ditadura fazia isso com as pessoas presas. E eu garanto para vocês que eu resisti bravamente, até em alguns momentos fui mal interpretada, quando eu disse que, em tortura, a gente tem de resistir, porque senão você entrega seus presos. Então, não respeito nenhum. Agora, acho que a Justiça de pegar tudo o que ele disse e investigar. Tudo, sem exceção. A Justiça, o Ministério Público e a Polícia Federal.

Quando a perguntaram se pretende tomar alguma providência, ela foi categórica:

– Se ele falar sobre mim, eu tomo.


Navalha
Desde o mensalão (o do PT, porque o do PSDB sumiu com a cocaína do helicóptero do Senador Perella), sabia-se que o Golpe paraguaio – na Justiça – seguiria uma sequencia.
Pegar o Dirceu, através do Dirceu pegar o Lula e, depois do Lula, derrubar a Dilma.
Estava escrito lá atrás, desde o furo da “reportagem” da Renata Lo Prêt, na Fel-lha , com o grande estadista da Casa Grande, o Bob Jefferson.
A presidenta Dilma não disse nada sobre o mensalão.
Ao contrário, seu Ministro da Justiça (sic), o omisso zé Cardozo, deu declarações para coonestar a condenação do Dirceu: quem faz paga !
Como se sabe, o Dirceu foi condenado sem uma única, misera prova.
Foi vítima da tropicalização da teoria do “domínio do Fato”, uma excrescência que, agora, se instalou na Lava Jato.
Enquanto a cúpula do PT era dizimada sem provas, a Presidenta… quieta.
(Aliás, aqui pra nós, até hoje se espera uma palavrinha do Presidente Lula sobre a condenação – sem provas – do Dirceu, do plutocrata José Genoino, que comprou o duplex do Donald Trump na Quinta Avenida, com o dinheiro do Ban-co-do-Bra-sil-se-nho-res !, e do João Paulo Cunha … Mas, um dia, o ex-presidente, com certeza, falará deles …)
O Golpe se armava nas teias da “Justiça”, e a Presidenta, quieta.
Aí veio a segunda etapa do Golpe Paraguaio.
Com a valiosa colaboração do Eduardo Cunha e do Renan – enquanto aguardam a tornozeleira eletrônica -, do TCU pefelista/arenista, do Ministerio Publico de procuradores fanfarroes, da Policia Federal dos aecistas confessos , dos que usam a Presidenta como alvo de exercício de tiro, e que escarnecem, diuturnamente do chefe (sic), o zé da Justiça.
Montou-se o cerco do Golpe.
O Governo parecia sitiado.
Quem fornece os arcabuzes é o PiG.
Porque, não fosse o PiG, o Moro não passava de um rabula de Provincia.
Mas, foi a Globo que o transformou num semi-Deus, extraído da costela do Joaquim Barbosa – o campeão mundial da dominação dos fatos.
O ansioso blogueiro chegou para um Ministro de Estado e disse:
- Ministro, o cerco vai se fechando. E a sua chefe ?
- Parece chapada, foi a resposta.
Quando a delação bateu no Palácio, aí a Presidenta veio pra cima.
Lamentavelmente, ela diz que tomará providencias quando os delatores falarem dela, do Governo dela.
Mas, a questão não é pessoal, não é contra ela.
A questão é institucional.
É um Golpe de Estado !
É a tentativa de reverter a vitoria de 2014.
Já que a Direita já sabe que não chega ao poder pelo voto.
Nem em 2018.
Então, é preciso ocupar o Poder.
Apossar-se da Petrobras, como querem o Padim Pade Cerra, Aloysio 300 mil Nunes, e o Renan.
E desfazer o presidencialismo, como querem o Cunha e, sempre, o Cerra.
E Parlamentarismo, na estrutura política do Brasil, significa exercer o poder sem voto.
Por isso o Cerra tem a obsessão do Parlamentarismo, porque, pelo voto …
Mas, de qualquer forma, Dilma reagiu.
E reagiu muito bem.
Reagiu de uma forma política, cultural, institucional.
Delator é, por definição, traidor.
Inconfiável.
Delator, como o traidor, diz qualquer coisa.
O delator está no circulo IX do Inferno de Dante, é o ser mais execrável, o que mais sofre o calor do eterno fogo!
Para livrar a cara, o delator entrega a mãe.
Ainda mais 1001 delatores, como na coleção da Vara de Guantánamo.
Quem fabrica delatores em série é ditadura.
Quem encarcera para arrancar delação é o Coronel Ustra.
A profusão de delatores é o que aproxima o Coronel Ustra do Juiz Moro.
E foi isso o que a guerrilheira Dilma disse ao senador Agripino, outro que, se bobear, ganha uma tornozeleira eletrônica.
Num memorável debate no Senado, ela disse que, na ditadura, mentiu sob tortura.
Porque aos ditadores se mente.
Quiseram fazer da Dilma uma delatora, e ela não quis.
Resistiu.
Não traiu.
Não entregou ninguém.
Esse é o debate que precisa ser travado.
A quem interessa a delação ?
Por que o delator delata ?
Quem atinge ?
É o debate político.
Porque a Lava Jato não tem nada a ver com Justiça.
É um acerto de contas eleitoral.
Vamos combinar.
É para derrubar a Dilma e apear o PT do poder.
O resto é o Luar de Paquetá, como diria o Nelson Rodrogues, que visitava os intestinos morais da Direita.
O Juiz Moro quer é quebrar a Petrobras e as empresas que servem a ela.
(Veja como o Fernando Brito analisou o Plano de Negócios da Petrobras – o Bendine deve morrer de rir do Moro.)
O Moro e seus procuradores fanfarrões não querem os acordos de leniência.
Por que ?
Porque querem fechar o Brasil, congelar a economia brasileira.
Trancar o PIB a cadeia !
E dar a chave ao Cardozo !
Agora, que o Silverio dos Reis e o Calabar tocaram a campainha do Palácio, a Presidenta reagiu.
Foi tarde, mas foi em tempo.
Tem que enfrentar o Moro na Politica, na discussão institucional.
Porque, como o mensalão (o do PT) essa Lava Jato tem a ver é com Política !
É com Poder.
Não tem nada a ver com Justiça
Porque se tivesse a ver com Justiça, o ministro Marco Aurélio, que tirou a escada do Moro, voltaria a ser endeusado pelo PiG, como foi no mensalão do PT.
E, no entanto, a entrevista dele não mereceu nem uma virgula do Ataulpho.
Porque a Justiça da Casa Grande a gente sabe como é.
É no açoite.
Nas costas do pobre.
Do negro.
Dessa gentalha – como diria o grande Senador Heil Bornhausen.
E, por isso, a Dilma e o Lula precisam ir para cadeia.
Não adianta invocar a Constituição ou a Declaração Universal dos Direitos do Homem, como fez a competente advogada da Odebrecht.
Não é disso o que trata a Lava Jato.
Muito menos combater a corrupção, porque ali só tucano morto é suspeito.
A Lava Jato é uma Operação Política.
A Lava Jato deveria se chamar “Operação o FHC voltará !”
Só.
Está mais para a eleição de Eduardo Cunha à Presidência da Câmara do que para a Presidência da Corte Internacional de Haia.
Agora, porém, a coisa vai ficar mais animada.
A água bateu nos tornozelos da Presidenta.
E quando isso acontece, pergunta ao Agripino…
Antes tarde do que nunca !

Paulo Henrique Amorim

PITACOS DO DIA ! ! !

PITACOS DO DIA

BLOG CONVERSA AFIADA
                                                         Paulo Henrique Amorim
                                                                       


“Na ditadura queriam que eu fosse delatora. Não fui”
Vanda

“Sai Mercadante, entra Marieta”
Carlos Heinrich Marques

 “Não respeito delator. Fui torturada e sei como isso funciona”
Vanda

O Brasil entre a desesperança e a INCLUSÃO social ! ! !

O Brasil entre a desesperança e a inclusão socialPela boca subserviente do Faustão falou a direita oligárquica. Pela boca altiva da Marieta, falou a esperança do povo brasileiro.

por Emir Sader 


Emir Sader
Marieta Severo, nossa nova MUSA dominical
Poucas vezes um diálogo tão breve, transmito direto pela TV, revelou de forma tão significativa os dilemas e as interpretações contraditórias sobre o Brasil. Faustão no seu papel de propagandista do sentimento que a direita tenta impor ao país, tentou condicionar a resposta da Marieta Severo, com a palavra chave da oposição: desesperança.

A direita tem razão no sentido de que só se eles conseguirem convencer os brasileiros de que estamos mergulhados irremediavelmente – com este governo – na desesperança, é que eles podem ter alguma chance de voltar a dirigir o pais. O pior para eles desde 2012 não foi somente que os governos do PT demonstraram que o Brasil é um pais viável, que a desigualdade não é um destino inevitável, mas que os brasileiros voltaram a confiar no pais, a ter auto estima, a se orgulhar de ser brasileiros.

Nesse quadro, a direita não tem possibilidade de retornar ao governo. É preciso voltar ao clima do Collor e do FHC, de degradar a imagem do Brasil, aqui e lá fora, principalmente na cabeça dos próprios brasileiros.  A mídia difunde versões diárias, do pessimismo, da desesperança, do circulo vicioso, do túnel sem fim. É o seu papel, como órgão oficial da direita, das políticas anti-populares.

O Lula é o seu inimigo privilegiado, não apenas porque nos seus governos o Brasil viveu o melhor momento da sua história recente, como também porque ele representa a auto-estima dos brasileiros, a confiança no povo brasileiro, a esperança de que o pais tem todas as condições de dar certo, de que o povo é solução e não problema – como o Lula gosta de reafirmar. Tentar destruir essa imagem é tentar destruir a auto-estima dos brasileiros, tentar dizer que tudo é igual, nada é melhor – como canta o tango Cambalache.

Marieta respondeu, altiva, com a outra visão do Brasil. O fenômeno fundamental do Brasil neste século é a inclusão social. É o Brasil dos direitos e não o da concorrência de todos contra todos no mercado.

Inclusão significa que todo ser humano tem direitos, que a democracia deve ser o regime que torne todo indivíduo um cidadão, isto é, um sujeito de direitos. Desesperança significa que a democracia não é capaz de propiciar isso para todos e que portanto o país deveria se entregar de novo nos braços do mercado, do FMI, da direita e seus porta-vozes.

Essa é a luta fundamental de hoje no Brasil – saber se o Faustão e a sua desesperança tem razão ou se continuaremos o caminho da inclusão social e a Marieta tem razão.

O jogo está aberto de novo, depois de termos trilhado um caminho seguro da inclusão social como o nosso norte durante 12 anos. O ajuste fiscal tem sido um tiro no pé do Brasil da inclusão social, tem nos levado para o pior dos mundos possíveis: recessão com exclusão de direitos, com aumento do desemprego e da inflação e com ofensiva desestabilizadora da direita.

Mesmo quem julgue que algum tipo de ajuste é necessário, ele não pode ser socialmente injusto – recair nos trabalhadores -, nem economicamente inviável – não tem levado à retomada do crescimento – e não deveria ser politicamente desastroso – tirar apoio do governo justamente quando ele é alvo de sistemático ataque desestabilizador da direita.

Deve unir a todos os que querem a retomada do caminho da inclusão social, para o que a fortalecimento do governo é condição indispensável, aos que creem que um ajuste é necessário e aos que creem que ajuste nunca é e nunca leva ao desenvolvimento -  a unidade para o fortalecimento e a recuperação de iniciativa do governo. Para isso, o ajuste tem que deixar de ser a pauta central do governo, os direitos dos trabalhadores tem que ser efetivamente garantidos, deve haver a centralidade da luta pela retomada do desenvolvimento e do combate ao desemprego.

Se o governo não está conseguindo retomar a expansão econômica – e não há nenhum sintoma disso até agora – e tem sido incapaz de conter o aumento do desemprego, o caminho escolhido tem que ser corrigido. A centralidade, na hora da crise, deve ser a defesa dos direitos de todos e não o ajuste.

No embate para saber se nos tornamos o pais da desesperança ou se seguimos sendo o pais da inclusão social, está o enfrentamento maior hoje. O governo tem que reafirmar o caminho da inclusão social e combater firmemente a desesperança. Contará com o apoio indispensável dos brasileiros, fundamental quando sofre sistemático e brutal ataque desestabilizador da direita.

Pela boca subserviente do Faustão falou a direita oligárquica. Pela boca altiva da Marieta, falou a esperança do povo brasileiro.

Uma breve análise psicológica do fanático que gritou insultos para Mantega ! ! !

Paulo Nogueira: Uma breve análise psicológica do fanático que gritou insultos para Mantega.




Vítima do ódio cego de um filho da mídia
Vítima do ódio cego de um filho da mídia

Vamos a uma breve análise psicológica do fanático que gritou insultos para Mantega num restaurante em São Paulo.
Primeiro, examinemos o conteúdo de suas palavras.
Ele disse que o PT está destruindo o Brasil. E citou a Petrobras, especificamente.
Falou com ódio.
De onde vem esse tipo de afirmação?
Não dos fatos, não das estatísticas frias. O Brasil, econômica e socialmente, avançou nos últimos anos.
Virou um dos objetos de cobiça das grandes empresas internacionais, e de potências globais como a China, como se viu recentemente.
E a Petrobras, a despeito dos recentes acontecimentos, é maior do que jamais foi antes. Seu valor em dólar multiplicou-se desde 2003, quando Lula assumiu, e o pré-sal é uma realidade que atrai corporações como a Shell.
Não encontra amparo nos dados, portanto, a explosão do homem que agrediu Mantega.
Pensemos nele próprio.
Se está comendo num restaurante como aquele em que cruzou Mantega, é porque sua situação pessoal é boa.
Em apuros financeiros, uma das primeiras coisas que você corta é a ida a restaurantes, sobretudo os mais caros.
Se não são as coisas reais que alimentam a distopia em que vive e sofre o agressor de Mantega, o que é?
É a mídia, naturalmente.
Aquele é um homem atormentado não pela situação em si, mas pelo que chega a ele pelas grandes empresas de jornalismo.
Uma coincidência notável se deu no domingo.
Faustão disse a Marieta Severo que este é o “país da desesperança”. Ela cortou. Replicou que este é o país da “inclusão social”.
A mensagem de Faustão – a desesperança, o sofrimento – jamais sofreu antes a correção feita por Marieta Severo.
É um símbolo do que acontece no Brasil.
As corporações de mídia bombardeiam cidadãos como o do caso Mantega com um noticiário que distorce torrencialmente a realidade.
É o extremo oposto do que acontecia na ditadura militar, quando as notícias dessas mesmas empresas pintavam uma ilha de prosperidade num mundo convulso.
O alvo mais fácil dessa manipulação são pessoas como o homem que insultou Mantega.
Eles acreditam que jornais e revistas publicam verdadesSe saiu no jornal, é fato. É essa a lógica.
Disso tudo nasceu a cultura do ódio cego, obtuso que vai dar em cenas como a do restaurante.
As administrações petistas têm sido inoperantes em se contrapor a esse mar de lama jornalística.
O paradoxo maior é que as empresas de mídia vivem do dinheiro público, derivado de anúncios, financiamentos e outras mamatas.
Nunca o governo se debruçou, com coragem, sobre a forma como financia uma mídia que é fundamentalmente antipovo.
Como em tantas outras coisas, o PT no poder não reformou isso – a brutal quantidade de dinheiro público que vai dar nas empresas jornalísticas.
Sobrou esperança e faltou coragem.
A esperança era que, como aconteceu sempre, o dinheiro comprasse, se não simpatia, ao menos alguma objetividade.
A coragem não se apresentou diante do medo da retaliação dos barões da mídia.
Foi neste quadro que surgiram absurdos como a “mídia técnica”, um eufemismo para o Planalto continuar a privilegiar nas suas decisões publicitárias companhias que sabotam incessantemente tudo que fuja do interesse da plutocracia.
A melhor defesa das administrações petistas acabou vindo de algo que nada tem a ver com o partido: a internet. Ali, você tem contrapontos à intoxicação pseudonoticiosa das empresas jornalísticas.
Nem Getúlio e nem Jango tiveram isso, e caíram.
O fanático que assediou Mantega é filho da mídia. É um analfabeto político, um midiota que pensa saber muito quando, na verdade, se contorce histérico num espetáculo de marionetes.
Manobram-no quando ele imagina andar com as próprias pernas.
O rápido avanço da internet vai acabar minando o poder boicotador da imprensa. A manipulação será, a cada dia, mais difícil.
Mas, até lá, seremos obrigados a engolir cenas como a do restaurante em que Mantega foi insultado.
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Paulo NogueiraO jornalista Paulo Nogueira é fundador e diretor editorial do site de notícias e análises Diário do Centro do Mundo.


ATENÇÃO: as palavras na cor vermelha constam originariamente no texto, mas os destaques são deste BLOGUEIRO.