sexta-feira, 31 de outubro de 2014

CULTURA: Boletim da Regional Nordeste ! ! !

Boletim Informativo atualizado da Representação Regional Nordeste do Ministério da Cultura - 30 de outubro. Para ter acesso na íntegra, gentileza clicar AQUI. 
Vale salientar que estamos enviando diariamente boletins especiais com informações relevantes relacionadas ao MinC, tais como a Lei de Cultura Viva e os diversos editais com inscrições abertas. Você pode visualizar todos eles na nossa biblioteca, clicando AQUI.
 30 de outubro boletim.jpg
À disposição,
Assessoria de Comunicação
Representação Regional Nordeste Ministério da Cultura (RRNE/MinC)
Contatos: (81) 3117-8439 | 3117-8460 | 3117-8430 

DiReTo Do RiO ! ! !


Curiosidade carioca com o GOIS




Ø ELES VOLTARAM – O Cemitério São João Batista terá 

uma recepção inédita para o Dia de Finados, domingo agora. 

Sósias de celebridades enterradas no local, como Cazuza e 

Tom Jobim, vão circular pelo cemitério, ao som de violinos. A 

iniciativa é da Rio Pax.  


Estado "capenga" ! ! !


Que juíza ridícula
Deve ser ligada à máfia tucana de Alagoas
  
ISENÇÃO DE DISCERNIMENTO

A presidenta do TRE de Alagoas, Elisabeth Carvalho Nascimento (foto), acusou o #PT e o governo federal de ameaçar e coagir beneficiários de programas sociais a votarem na presidenta Dilma Rousseff.

A magistrada, que é desembargadora do Tribunal de Justiça do estado, pode ter infringido o Código de Ética da magistratura ao usar seu perfil em uma rede social para desferir críticas contra o resultado da eleição.

“Estou decepcionada, não com os analfabetos e miseráveis do Bolsa Família. Foram ameaçados e coagidos”, acusou em publicação no Facebook.

“Estou sim, decepcionada, estarrecida, com as pessoas esclarecidas, que esqueceram o Mensalão, o alto índice de analfabetismo, a degradação da Saúde, Educação, Segurança Pública”, completa.

O PT-AL estuda medidas contra magistrada.
Leia mais em http://bit.ly/1yGzmwf



quarta-feira, 29 de outubro de 2014

DiReTo Do RiO ! ! !

Curiosidades da política carioca com o GOIS


Ø CENA CARIOCA - Um motorista da linha 435 (Grajaú-Leblon) estava de muito bom humor ontem. Uma passageira entrou no ônibus, em Ipanema, e perguntou: 

— Moço, passa na PUC?

E o do volante:

— Se estudar, passa.

Há testemunhas.



O povo venceu ! ! !

O ódio perdeu, o povo venceu

por ANDRÉ FALCÃO DE MELO – advogado

Acabou. Mas não há como sair-se dessa contenda eleitoral o mesmo de quando se entrou. O amadurecimento é inevitável. Dizem que o país agora está dividido. Bobagem. O Brasil sempre o foi. A diferença é que agora a divisão está escancarada. Essa exposição de hoje deve-se em grande parte às redes sociais, ou à internet, mesma. Diz-se na rede não confundir com a natimorta Rede, da patética Marina Silva, o que pessoalmente não se diria com tanta facilidade.

Nesse sentido, uma das melhores ferramentas das redes sociais é o que lhe permite bloquear aquele(a) que não sabe respeitar o outro e à sua opinião; que é grosseiro(a), ou inconveniente, ou deselegante, ou não tem espírito democrático, ou simplesmente lhe falta educação, ou
tudo junto. A importância dessa ferramenta permite-lhe não apenas livrar-se do(a) chato(a), como preservar aquela amizade ou trato pessoal que julgue valer ser mantida. Foi e é muito usada por mim, o que me priva de mais dissabores, e a ele(a), do incômodo que lhe pareciam causar minhas postagens. Faz-se até um bem, como se vê.
A vitória de Dilma, além de representar não apenas a melhor, era também a única alternativa que tínhamos para o país continuar avançando na superação de suas diversas carências seculares, e alcançou um trunfo só aparentemente à margem dessa conquista: representou, também, a vitória contra o ódio, a intolerância, a falta de espírito democrático, de respeito ao outro e à sua opinião; desnudou, expondo da epiderme às vísceras, uma parcela da sociedade brasileira que é predatória, hipócrita, racista, xenofóbica, cruel, mesquinha, pretensiosa, arrogante, mal-educada, intolerante, preconceituosa e ignorante (em ambos os sentidos), não raro, outrossim, também patética, ridícula, vexaminosa. Um extrato da sociedade que consegue (incrível!) cometer o surpreendente equívoco de imaginar que o pobre nordestino não sabe escolher o melhor para si! Isto foi dito, em português claro, pelo sociólogo e ex-presidente FHC, por alguns jornalistas de TV e revistas, e é repetido pelos abestados (no dizer do ex-palhaço, cantor e deputado federal por São Paulo, Tiririca) que lhes seguem. Sequer se dão ao trabalho de apurar que Dilma teve quase tantos votos no Sudeste quanto no Nordeste. Eu falei como eles são. E se eu sempre tive orgulho de ser nordestino, dá pra imaginar como me sinto depois da surra que demos no ódio?

Ah! Parabéns, povo de Maceió! Parabéns, periferia! Você também venceu!

Extraído do Jornal Gazeta de Alagoas desta quarta-feira, dia 29


ATENÇÃO: as palavras na cor vermelha constam originariamente no texto, mas os destaques são deste Blogueiro

Tomei chá de vergonha ! ! !


HOJE
Ø  100 hora para dormir;
Ø  100 hora para acordar;
Ø  100 esposa;
Ø  100 filhos;
Ø  100 chateação;
Ø  100 desprazer;
Ø  100 pressa;
Ø  100 compromisso com família;
Ø  100 pressa;
Ø  100 preocupar-se que alguém me goste;
Ø  100 dá satisfação a alguém; e
Ø  100 desfelicidade.

AMANHÃ
ü  lê mais livros, blogs, saites, e-mail e revistas;
ü  comprar mais livros;
ü  ouvir mais rádio;
ü  continuar não assistindo tv;
ü  voltar dá aulas;
ü  namorar; e
ü participar da posse da Presidenta DILMA ROUSSEFF
no dia primeiro de janeiro próximo, em Brasília.

este rapadureiro

Lula DISSE ! ! !



“Como deve sofrer as pessoas que tem ódio.”

“Nós colocamos os pobres no orçamento da União.” (sobre o bolsa família)


“Dê uma chance aos outros aquilo que você já tem.”

Lula, eterno Presidente do Brasil

LULA, eterno Presidente ! ! !

 Publicado nesta quarta, 29/10/2014, no Blog Conversa Afiada, do jornalista Paulo Henrique Amorim 

Sensacional: Lula e o preconceito na eleição

Felicidade a gente reparte ou perde !


terça-feira, 28 de outubro de 2014

Rio Acima ! ! !


Moramos, sim, na propaganda do PT

Como sempre os analistas de aluguel produzem uma análise míope do resultado da eleição que reconduziu Dilma Rousseff ao cargo de presidente do Brasil. Dizem que o país rachou, que há muitos problemas no horizonte pós-eleitoral. Os âncoras da emissora oposicionista deram a notícia da quarta vitória seguida do PT num pleito presidencial como se transmitissem um velório. Geralmente, após uma eleição, o clima é de otimismo. Só que desta vez alguma coisa está fora da ordem, há algo estranho no ar… o clima de animosidade continua e os de sempre jogam mais lenha na fogueira.

Nunca antes na história deste país a imprensa privada se engajou com tanta desfaçatez na campanha de um candidato como agora com Aécio. Nem com Collor foi assim. A edição antecipada da revista semanal que pensa que o leitor é cego foi criminosa, de envergonhar qualquer jornalista honesto.

E mesmo assim, Dilma venceu. O poder de influenciar desses colunistas de aluguel mais uma vez mostra-se risível.

Nas redes sociais, reina a histeria tucana. Nas rádios, a campanha anti-petista continua, como se a eleição ainda não tivesse acontecido. O cenário projetado para o país daqui em diante é o pior possível. Logo depois de eleita, Dilma conclamou todos à união, mas só falam em divisão. E ainda diziam que era o PT que apostava no discurso do "nós" e "eles", da luta de classes.

A dor-de-cotovelo nunca vai passar. Não se iludam: jamais engolirão o PT. 

Mas é um erro dizer que Dilma ganhou a eleição no Norte e Nordeste. Aécio perdeu no Sul, no Centro-Oeste e no Sudeste, onde tudo estava armado para que ganhasse de lavada e tirasse a diferença lá de cima. Só não contavam com o fato de nem todo mundo ser teleguiado aqui embaixo.

Não, não foram os beneficiários do Bolsa Família dos estados mais pobres que reelegeram Dilma. Foram os 8 milhões de paulistas que não foram na onda do catastrofismo da imprensa tucana, os quase 4,5 milhões de eleitores do Rio que não acreditam na revista semanal mentirosa, os quase 6 milhões de mineiros que conhecem Aécio de perto, os cerca de 3 milhões de gaúchos sensibilzados com a distribuição de renda no país nos últimos 12 anos, os mais de 1 milhão e 300 mil goianos que não têm cérebro de Hommer Simpson. Isso sem falar em 1,3 milhão de catarinenses que não deixaram Aécio tirar a diferença em seu estado.

Foram eles que, no cerne do ninho tucano, no epicentro da influência dos monopólios da mídia, deram a vitória à atual presidente.

A Bolsa de São Paulo caiu hoje, claro. As manchetes nos sites e jornais hegemônicos não são de festa, mas de apreensão. Listas intermináveis de problemas que a presidente terá de resolver tomam o lugar da comemoração de mais da metade do eleitorado, que votou na candidata vitoriosa. O país não rachou, querem rachá-lo a qualquer custo para ter cacife e continuar a sabotagem.

Nem parece que ontem houve mais uma festa democrática gigantesca que atraiu os olhares do mundo inteiro. A grande imprensa está de luto. E quer que todos que votaram em Aécio abram mão da esperança de um futuro melhor e vistam preto pelos próximos quatro anos.

Aécio disse durante a campanha que venceria a eleição porque o povo brasileiro não mora no mundo maravilhoso da propaganda do PT.

Pois eis o meu endereço e o de mais de 54 milhões de pessoas:

Avenida Propaganda do PT, número 13, apartamento 2014.

Fonte: http://rioacima1.blogspot.com.br/

Ministro do STF autoriza prisão domiciliar para José Dirceu ! ! !

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso autorizou nesta terça-feira o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu a cumprir em casa o restante da pena de 7 anos e 11 meses de prisão a que foi condenado no processo do mensalão.
Dirceu foi preso no dia 15 de novembro de 2013 e ainda não completou um sexto da pena. Mas ele trabalhou 142 dias fora do presídio e, por isso, a Justiça descontou esses dias.
Agora, José Dirceu deve ser convocado para uma audiência na Vara de Execuções Penais do DF, possivelmente na próxima terça-feira (4). Na reunião com o juiz, serão estabelecidas as regras de cumprimento da prisão domiciliar e o ex-ministro sera liberado para ir para casa.
O ex-ministro já passou 11 meses e 14 dias no regime semiaberto. Desde o dia 3 de julho, ele trabalha no escritório do advogado Gerardo Grossi, em Brasília.
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, já tinha opinado a favor da autorização para que Dirceu cumpra o resto da pena em casa, por ter bom comportamento carcerário. 
Outros quatro condenados no mensalão já conseguiram progressão de regime: o ex-presidente do PT José Genoino, o ex-tesoureiro do partido Delúbio Soares, o ex-tesoureiro do extinto PL Jacinto Lamas, e o ex-deputado federal Bispo Rodrigues. 
O ex-deputado federal Valdemar Costa Neto também já pediu para cumprir a pena em casa e aguarda decisão do Supremo.
Fonte: Jornal do Brasil

Toma, revistinha safada ! ! !


Lições do direito de resposta 

imposto à Revista Veja

"Ao sofrer derrota humilhante - de ter de oferecer o mesmo espaço utilizado pela sua publicação à resposta do PT, aí se verificando o mau uso que ela faz da sua concessão pública -  a Veja demonstrou o quanto de prejuízo sofre qualquer pessoa e toda a sociedade, quando a liberdade é exercida sem responsabilidade", escreve Jacques Távora Alfonsin, advogado.

Eis o artigo.

O mandado judicial expedido por um ministro doSuperior Tribunal Eleitoral contra à revista Veja, determinando  publicasse direito de resposta do  PT à uma notícia tendente a influir no resultado das eleições - pela gravidade da denúncia por ela veiculada sobre a conduta da presidenta agora eleita -  reacende o debate sobre questões fundamentais para a democracia.
A primeira, sobre  as garantias devidas, num Estado democrático de direito,  à ”plena liberdade de informação jornalística” prevista no parágrafo primeiro do art. 220 da Constituição Federal; depois, ao pressuposto de o exercício dessa liberdade estar condicionado à uma concessão pública, conforme dispõe o art. 223 da mesma Constituição; em seguida e, principalmente, ao direito de o povo não ser enganado por qualquer abuso dessa mesma liberdade, o que pode ser depreendido da possibilidade de a concessão pública não ser renovada ou, até, cancelada, como prevêem tanto os parágrafos segundo e quarto do art. 223 da Constituição, como disposições do próprio  Código Civil:

Art. 186: Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito ou causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.

Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa fé ou pelos bons costumes.
Dos aspectos penais possivelmente envolvidos no caso, indiciando ou não a Veja, nem vai se cogitar aqui porque as melhores lições a serem retiradas do caso podem ser colhidas no próprio despacho do ministroAdmar Gonzaga do Superior Tribunal Eleitoral, concedendo ao PT, em decisão liminar, direito de resposta contra a revista, inclusive com parecer favorável da Procuradoria da República, conforme pode-se ler no site da Carta Capital do sábado, 25 deste outubro:

“Fácil perceber que a revista Veja desbordou do seu direito de bem informar para, de forma ofensiva e sem qualquer cautela, transmitir ao seu grande público, em tom de certeza, acusação de que Dilma Rousseff e Luiz Inácio Lula da Silva tinham ciência de fato criminoso sobre um dos badalados temas desta campanha presidencial”, afirmou na liminar.
Por conta disso, a revista Veja fica obrigada a veicular, de forma imediata, o direito de resposta do PT no site da publicação “no mesmo lugar e tamanho em que exibida a capa do periódico, bem como com a utilização de caracteres que permitam a ocupação de todo o espaço indicado". A Procuradoria Geral da República já havia havia emitido parecer que aconselhava a concessão do direito de resposta.
Mais cedo, o mesmo ministro decidiu atender outra liminar que proíbe a Editora Abril, responsável pela publicação da revista Veja, de veicular publicidade da última edição em rádio, televisão, outdoor e propaganda paga na internet. "Tendo em vista que a Representada (revista Veja) antecipou em dois dias a publicidade da revista, entendo que a propagação da capa, ou do conteúdo em análise, poderá transformar a veiculação em verdadeiro panfletário de campanha, o que, a toda evidência, desborda do direito/dever de informação e da liberdade de expressão", justificou Gonzaga.
Ao tentar, pois, convencer todo o eleitorado do país, que a então candidata Dilma Rousseff era indigna de ser eleita, em plena semana na qual as eleições seriam realizadas, com fundamento em uma delação premiada, sem qualquer chance de prova contrária e respeito ao princípio do contraditório, a Veja tentou violar, de forma inconstitucional, ilegal e abusiva, tanto jurídica como eticamente, um dos mais importantes direitos da/o eleitor/a brasileiro, o de votar em quem lhe forme convicção de ser a/ o melhor candidata/o, sem interferência de quem lhe pretenda impingir preferência, fundada em notícia falsa ou fato não comprovado.
Ao sofrer essa derrota humilhante - de ter de oferecer o mesmo espaço utilizado pela sua publicação à resposta do PT, aí se verificando o mau uso que ela faz da sua concessão pública -  a Veja demonstrou o quanto de prejuízo sofre qualquer pessoa e toda a sociedade, quando a liberdade é exercida sem responsabilidade.

A revista foi infiel à democracia, à liberdade de expressão e à comunicação social. Ela confirmou o mal que faz a midiocracia, ou seja, aquela parte da mídia auto-outorgada do poder de privatizar a opinião alheia, impondo a própria como a única verdadeira e imune a qualquer contestação. 

Essa é uma das mais disfarçadas, mas uma das piores ditaduras, tão poderosa como a de outro conhecido abuso, parceiro fiel desse domínio espúrio de consciências, o da liberdade de iniciativa econômica, quando esquece a sua função social. 

Para felicidade da sociedade brasileira, a irresponsabilidade da Veja não alcançou efeito. A lição que ela queria dar ao povo, esse deu a ela.

Um ser HUMANO reconstituído ! ! !

Esse é o Brasil que SONHÁVAMOS

Dorival: De ser humano invisível, garimpeiro do lixão, ao doutorado

Por Maria Frô 
Outubro 27, 2014 17:08




Prometi abrir o post hoje com a entrevista que fiz com Dorival Filho.
Não cumpri a promessa porque acabei subindo dois posts, o do discurso da vitória de Dilma e do rescaldo da eleição polarizada que vivemos.
Mas esta entrevista, prometida desde ontem, estava aqui no rascunho, por algum motivo respeitei o fato de o entrevistado nunca ter se “desnudado” como o fez agora. Talvez por isso só tenha decidido publicá-la hoje.

E por algum motivo lá no fundo de minha alma, sabia que ela seria importante Dilma vencendo ou não estas eleições.

Sou educadora e sim, toda a história de inclusão me fortalece, me reanima, ressignifica minha vida.
Esta é uma das histórias de superação mais bonitas que li e agradeço ao Dorival, por ter vindo aqui no blog e comentar um post onde eu o havia citado o que me permitiu encontrá-lo.

Apreciem a beleza desta história, retrato deste novo país que estamos construindo que de acordo com seu contundente depoimento o povo vai se tornando protagonista:

Talvez seja mais fácil ser otimista para quem nunca precisou disputar o seu café da manhã com vários urubus, alegrar seus sobrinhos com brinquedos desprezados e doces com validade vencida ou presentear sua mãe com um vestido que alguém não quis mais usar e descartou no lixo.


Dorival catava restos no lixão, hoje é doutorando da UFSC.
Ele me conta que em sua infância havia dias que ia pra escola e não conseguia escrever com as mãos feridas de cacos de vidro, cortadas no garimpo do lixão. Hoje é cidadão.
Lutamos para que nunca mais nenhuma criança tenha de sobreviver num lixão. Obrigada, Dorival. Obrigada, povo brasileiro.






Onde você nasceu, quantos anos tem, conte um pouco esta trajetória. O que afinal significa dizer ‘sair do lixão’? Vc foi catador? Explique este contexto para os leitores.

Dorival G.S. Filho: Nasci em Piedade, interior de São Paulo em 1982. Trata-se de uma pequena cidade próxima a Sorocaba. Infelizmente, a maioria das oportunidades de emprego era na lavoura e a disputa por uma vaga era acirrada. Na minha infância, trabalhei no corte de cebola e depois colhi morango por alguns anos. Nesse período, tive que deixar de estudar para me dedicar só ao trabalho na lavoura. Nessa fase da minha vida eu não consegui conciliar trabalho e estudo.
Em 2001, em meio à crise que o País passava, a única oportunidade de trabalho que encontrei foi no lixão. Minha mãe era gari e a única fonte de renda da nossa família que estava cada vez mais escassa, então, resolvi enfrentar o lixão. Lembro-me como se fosse hoje, o cheiro forte, a companhia dos cães abandonados, os olhares vazios dos catadores, e a disputa dos humanos com os animais pela comida, a cada caminhão que chegava para despejar o lixo.
Aprendi que o trabalho no lixão era chamado de garimpo e, logo, me adaptei ao serviço. Nunca imaginei que o ser humano podia se tornar invisível, mas pode. Ao entrar no ramo do garimpo, me tornei invisível.
Éramos como uma comunidade a parte. Todos os dias, chegávamos às 6:00 para esperar o primeiro caminhão. Enquanto aguardávamos, cada um falava o que estava precisando: roupas de bebês para a filha grávida, dizia uma das garimpeiras. Hoje preciso de sapatos para meus netos irem à escola, dizia outra. Eu sempre pedia que quando alguém achasse livros que guardassem para mim.
Cada dia era uma surpresa no lixão. Tinha dia que universitários iam fazer pesquisa e curta metragens. Outro dia, iam políticos para nos tirar de lá, uma vez que a prefeitura seria multada, segundo eles. Às vezes, senhoras a procura de uma jóia da família que desaparecera ou papéis importantes.
Com o tempo fui adquirindo mais experiência e já sabia identificar o lixo do rico e o lixo do pobre. O nosso ouro era o cobre, mas qualquer coisa podíamos vender: relógios, bijuterias, joias valiosas, etc.
Às 17:00 era o momento de retornar para casa e meus cães (adotados do lixão) e meus sobrinhos já me aguardavam na esquina, os primeiros a espera de comida, os segundos à espera dos brinquedos ou de doces que eu encontrava. Após algum tempo no garimpo, resolvi que tinha que voltar a estudar e assim o fiz, trabalhando de dia e estudando à noite. Não foi fácil! Tinha dias que eu só ia para a escola para ouvir os professores, pois os diversos cortes nos dedos causados pelos cacos de vidro presentes nos sacos de lixo não me permitiam usar lápis ou caneta sem tingir meu caderno de sangue. Consegui tantos livros que meu quarto se transformou numa biblioteca. Pelos meus cálculos, eu adquiri mais de três mil livros.
Após muito incentivo dos professores, em 2006, resolvi que queria fazer o curso de Letras. A professora de português me falou sobre o PROUNI, então tripliquei os estudos, estava decidido a deixar o lixão. Fiz o ENEM e o vestibular da UNESP. Após os três dias de prova da VUNESP, tive a certeza que deixaria o lixão. Começava, a partir daí, uma nova etapa da minha vida.
Você afirma que foram os governos Lula e Dilma que transformaram sua vida. Como isso aconteceu? Que políticas desses governos beneficiaram diretamente a sua vida?

Dorival G.S. Filho: Sim, esses governos tiveram e têm um papel fundamental na vida da minha família e na minha. O “Bolsa Família”, por exemplo, ajudou a complementar a renda familiar. Minha irmã recebeu esse benefício do governo Lula e isso representou comida na nossa mesa, comida comprada e não restos de comida do lixão.
Para entrar na faculdade, eu me preparei pensando no PROUNI, mas felizmente não precisei usufruir desse programa.
O Brasil passava por uma transformação: meus irmãos tinham empregos e eu estava me graduando.
Para fugir da violência de São Paulo, minha família se mudou em 2010 para Santa Catarina. Nesse mesmo ano, eu terminei o meu curso e me licenciei em Português/Francês.
Hoje, recebo bolsa do doutorado que de 2002 para cá cresceu 187%.
Poderia numerar os diversos benefícios dos governo Lula e Dilma, mas não haveria espaço.
Para o candidato Aécio e antes também presente no discurso da candidata Marina, sair da extrema-pobreza é só uma questão de mérito pessoal. E há muito deste discurso circulando entre os ‘colonistas’ da Veja, por exemplo. O que você tem a dizer aos jovens que repetem este discurso?

Dorival G.S. FilhoGaranto que não é só mérito pessoal. Vivi o governo de FHC e posso afirmar categoricamente que se o PSDB estivesse no poder, eu ainda estaria no lixão. Não havia perspectiva de melhora no governo tucano.
Falando pela minha família, posso afirmar que havia fome, muita fome. O “Bolsa Família” significou comida na mesa. A última vez que fui a São Paulo, visitei meus companheiros de garimpo. Alguns, infelizmente, já faleceram, outros vivem dizendo que eu sou o orgulho da “família”. Todos são beneficiários do “Bolsa Família” e uma das garimpeiras tem a sua casa pelo “Minha casa, minha vida”.
Aos jovens eu só posso dizer uma coisa: você pode ser o mais esforçado, o mais otimista, mas se faltar oportunidade e apoio o esforço será em vão.
Talvez seja mais fácil ser otimista para quem nunca precisou disputar o seu café da manhã com vários urubus, alegrar seus sobrinhos com brinquedos desprezados e doces com validade vencida ou presentear sua mãe com um vestido que alguém não quis mais usar e descartou no lixo.
Hoje, você está fazendo doutorado em uma universidade federal em Santa Catarina, como isso ocorreu? Onde você se graduou, qual foi seu mestrado e onde e como foi fazer o doutorado na UFSC?

Dorival G.S. FilhoMinha graduação foi na UNESP – campus de Assis, interior de São Paulo. Fui com o dinheiro de um mês de aluguel, mas com milhões de esperanças.
Nos quatro anos de graduação recebi ajuda de algumas pessoas e da minha família também. Consegui a bolsa de auxílio que não era suficiente para cobrir os gastos, então, resolvi trabalhar: até às 14:00 trabalhava numa lavanderia, depois junto com um professor, fazia a divulgação do vestibular da UNESP, em seguida ia para a faculdade à noite e, finalmente, exercia a função de cuidador de um senhor idoso. Essa era minha rotina.
Minha família se mudou para Santa Catarina em 2010 e ao terminar a graduação, resolvi também me mudar para cá. Com o diploma nas mãos, comecei a lecionar em escolas públicas, mas eu queria mais. Fiz o exame de seleção de Mestrado pela UFSC e passei. Tive que me mudar para Florianópolis, pois consegui a bolsa na primeira semana de aula. Foram dois anos intensos de estudos até que defendi a minha dissertação em setembro de 2013, em Semântica Cognitiva. O Brasil continuava se transformando e eu também. Eu queria mais. No final de 2013, fiz o exame de seleção de doutorado e aqui estou.
Por que na área de Linguística? Se você fosse fazer uma leitura semiótica do Brasil antes e pós Lula, qual seria o quadro?

Dorival G.S. Filho: Minha mãe sempre foi uma ótima leitora. Lia de tudo e acabou me influenciando. Sempre gostei de ler, mas esse não foi o motivo para eu escolher a área de Linguística.
O termo linguística chamou muito a minha atenção no livro de Francisco da Silva Borba – Introdução aos estudos linguísticos, o primeiro livro que encontrei no garimpo. Mas acredito que essa ciência que investiga a linguagem humana em todas as suas manifestações é, por si só, fascinante e isso me instigou. Claro que não posso esquecer da minha querida orientadora na graduação que me mostrou a ciência linguística. Investigar como a fala é produzida e compreendida sempre me deixa com mais vontade de aprender.
A leitura semiótica do Brasil antes de Lula, pensando em Charles Sanders Peirce, era o da
elite dominante. Dos poucos ditando as regras para os muitos, do pobre como coadjuvante, do governo que não enxergava que o país era de todos os brasileiros, do povo que não tinha mais esperança, da falta de perspectiva, do sofrimento.
O quadro pós Lula é esse que vivemos. Oportunidades para todos, um país de todos, gigante no tamanho e na força de seu povo que agora tem o papel de protagonista, do catador que um dia pode ser doutor, da mãe que tem seus filhos na faculdade, do pai que tem emprego, da criança que tem escola, da prosperidade.
Um país cinzento antes de Lula e com cores vivas pós lula. Esse é o País que sempre sonhei e é esse país que é o estou vivenciando.


ATENÇÃO: As palavras na cor vermelha constam no texto originariamente, mas os destaques são deste BLOGUEIRO.